MOVIMENTO DE DEFESA DO PATRIMÓNIO HUMANO, HISTÓRICO E AMBIENTAL DA FREGUESIA DA VÁRZEA DE TAVARES, DO CONCELHO DE MANGUALDE, DISTRITO DE VISEU.

PELA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PACÍFICO E SUSTENTÁVEL DA NOSSA FREGUESIA!


sexta-feira, 15 de abril de 2011

O projecto PGG na Várzea de Tavares


O grupo empresarial catalão PGG – Proteinas y Grasas Gimeno  (www.pgg-group.com)  , pretende localizar-se no coração da nossa Freguesia através da instalação de 2 unidades industriais de MUITO ELEVADO e IRREVERSÍVEL impacte social e ambiental.

O projecto de implementação da PGG na Várzea de Tavares, prevê a instalação de duas unidades industriais:
1) Dezembro de 2011 –armazém de farinhas;
2) 2012/2013 – 1ª linha de transformação de subprodutos animais de categoria III;
3) 2013/2014 – 2ª linha de transformação de subprodutos animais de categoria III;
4) 2016 – instalação de transformação de subprodutos animais de categoria I.
A localização destas instalações industriais é bastante próxima das duas localidades da freguesia – Vila Cova de Tavares e Torre de Tavares (a apenas 1000 e 950 metros lineares, respectivamente) -, bem como do cemitério, da igreja e do campo desportivo da freguesia (à distância de apenas 650 metros!).















A presença deste tipo de indústrias tão poluentes junto a povoações, no seio de uma Freguesia com um tão grande potencial agro e ecoturístico, inserida um ambiente verde e sadio, é uma opção ultrapassada e com pouco futuro, que irá ter consequências sociais e ambientais irreversíveis e que irá trazer grandes prejuízos ao nível da saúde do nosso Povo. A Várzea jamais será o paraíso que os nossos antepassados nos deixaram.
Os impactes destas instalações na Várzea de Tavares irão ser de vários tipos:
- impactes sociais: uma parte substancial da população da Várzea de Tavares é idosa e com poucos recursos, auferindo de pensões reduzidas sendo o pouco rendimento extra que obtêm conseguido através da venda de leite de ovelha, para a produção do Queijo da Serra. Há várias famílias a praticar pastorícia de subsistência! A localização de unidade de eliminação de matérias animais perigosas poderá vir a inviabilizar o modo de vida de muitas famílias. Não se poderá avaliar as promessas de postos de trabalho que supostamente estas instalações fabris irão trazer, eliminando os meios de subsistência que há décadas têm mantido as pessoas da nossa Terra. Abandonar as pessoas que não poderão vir a trabalhar nas fábricas e fazê-las perder o seu ganha-pão é um acto de egoísmo e de irracionalidade. Esquecer ou criticar as pessoas que não pretendem trocar o seu trabalho num ambiente sadio por um trabalho por turnos num local de baixa qualidade, é pidesco.
- impactes na qualidade do ar: o processo industrial de produção de farinhas e gorduras, a partir de resíduos animais, produz a libertação para a atmosfera de odores intensos, difíceis de suportar. A vã promessa do cumprimento da legislação portuguesa servirá apenas para justificar o injustificável. Um dos maiores impactes ambientais e sociais deste tipo de instalações resulta da libertação de fortes cheiros na vizinhança. Em Portugal não há legislação no âmbito dos odores. Em suma, a fábrica pode estar a cumprir a legislação e a exalar fortes odores com consequências dramáticas para o ambiente envolvente e para as pessoas que o habitam. Salienta-se ainda que as ovelhas não comem pastos com odores estranhos, o que reforça a nossa preocupação social evidenciada no ponto anterior.
- impactes na qualidade e quantidade da água disponível: estes processos industriais causarão danos elevados no que diz respeito à água disponível na freguesia. Estas indústrias são consumidoras massivas de água e esse facto irá acarretar consequências sérias na vida da população, em grande parte dependente da agricultura. A própria PGG refere que irá consumir 240 m3 de água por dia, enviando-a para a atmosfera sob a forma de vapor. Este volume corresponde ao gasto de 48 grandes poços por dia, durante 365 dias por ano (poços com 1,5m de diâmetro e uma profundidade de 7 m). É uma certeza que a disponibilidade de água irá ser afectada, assim como a sua qualidade e existência das nossas ribeiras (Ribeira da Várzea e Ribeira da Canharda) que, por enquanto, ainda têm vida.
- impactes ao nível da poluição sonora: estas empresas irão operar 24h/24h, 365 dias por ano. Numa região como a nossa, caracterizada por um ambiente calmo e longe de “rebuliços”, o próprio funcionamento das instalações irá provocar ruído suficiente para causar incomodidade aos habitantes.
A PGG virá afectar e, muito possivelmente, inviabilizar um futuro mais sustentável da nossa freguesia, hipotecar uma “outra” via de desenvolvimento, mais justa, mais solidária, mais amiga das pessoas e do meio ambiente – UMA VIA COM FUTURO E QUALIDADE.

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